Paratodos? Paradoxos da obra como solução e o efeito Werther

Carla Jeucken Almeida, Giselle Falbo Kosovski

Resumo


A discussão exposta neste artigo baseia-se na hipotética existência de duas vertentes concernentes à produção artística: a função da obra para aquele que a cria – podendo mesmo chegar a funcionar como sinthoma para alguns – e sua fruição pelo público. Tomando o movimento literário alemão Sturm und Drang como testemunha de tal disjunção, trataremos do paradoxal efeito engendrado por Werther: de um lado, para Goethe; de outro, para o público de seu tempo. Com base nas contribuições de Freud e Lacan sobre a arte e a criação, assinalaremos que as duas vertentes não se sobrepõem e o demonstraremos abordando a mencionada obra, cujo efeito foi surpreendentemente devastador para os jovens leitores de sua época e, concomitantemente, possibilitou ao autor construir os recursos que o estabilizaram após uma dolorosa separação.


Palavras-chave


Goethe; psicanálise; arte

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